quinta-feira, 30 de agosto de 2012

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Tuberculose pulmonar


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A tuberculose, uma das doenças infecciosas mais difundidas em todo o mundo, é provocada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, igualmente designada como bacilo de Koch, em honra de quem a descobriu no ano de 1882. De facto, trata-se de uma doença que pode atacar vários tecidos do organismo, embora o sector mais afectado, e muitas vezes o único, seja o pulmonar. O contágio habitualmente faz-se por via respiratória, mediante a inalação de pequenas gotas de saliva suspensas no ar contaminadas com o bacilo de Koch, provenientes de um paciente com tuberculose pulmonar activa, inadequadamente tratada. De uma forma geral, para haver contágio, é necessário um contacto muito próximo ou uma exposição muito repetida, pois este microorganismo sobrevive muito pouco tempo no meio ambiente. Além disso, o contágio nem sempre evolui até ao desenvolvimento da doença, pois normalmente o sistema imunitário do organismo consegue travar este processo. Por isso, a tuberculose pulmonar costuma afectar especialmente as pessoas que vivem em condições de aglomeração e indivíduos cujas defesas estão debilitadas por uma razão qualquer: má nutrição, alcoolismo, diabetes, outras doenças infecciosas graves e, em especial, doenças que provocam deficiência imunológica, como a SIDA.

Evolução e sintomas

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Primo-infecção tuberculosa. Ao ocorrer o primeiro contacto do tecido pulmonar com o bacilo de Koch, produz-se o que se conhece como primo-infecção tuberculosa. Os microorganismos que entram pelas vias respiratórias costumam localizar-se nas zonas mais ventiladas do pulmão, ou seja, no vértice ou no segmento superior do lobo inferior; aqui, ocorre uma reacção defensiva que os encapsula, formando um pequeno nódulo conhecido por folículo tuberculoso primário. Este folículo e a inflamação dos gânglios linfáticos localizados no hilo pulmonar constituem o complexo primário. A primo-infecção tuberculosa passa despercebida em cerca de 90% dos casos, porque a reacção defensiva trava a sua evolução antes que surja qualquer sintoma. De qualquer forma, nos restantes casos, é possível que surjam vários sinais e sintomas, nomeadamente tosse seca, perda de apetite, debilidade, febre ligeira e suores abundantes. Apesar de tudo, estes sinais e sintomas costumam remítir espontaneamente ao fim de alguns dias ou poucas semanas. De facto, nesta face, apenas num reduzido número de casos, os microorganismos propagam-se pelo tecido pulmonar ou pelo sangue, o que faz com que a infecção se estenda a outros tecidos, provocando inúmeros focos e originando o que se conhece como tuberculose miliar.

A primo-infecção tuberculosa costuma ocorrer nas primeiras décadas de vida e de tal forma que se estima que uma percentagem muito elevada da população dos países desenvolvidos tenha já sido afectada, embora passe despercebida na maioria dos casos e sem consequências relevantes.

Tuberculose pós-primária. A tuberculose pos-primaria produz-se quando uma pessoa desenvolve a doença sem ter estado previamente em contacto com o bacilo de Koch, evidenciando uma primo-infecção tuberculosa com ou sem sintomas. Na prática, este processo ocorre quando se produz um novo contágio ou, com maior frequência, quando os microorganismos isolados no interior das lesões primárias se voltam a activar, devido a uma diminuição das defesas. Neste caso, as lesões e os sinto-mas costumam ser muito mais graves do que na primo-infecção tuberculosa, o que se deve, em parte, ao facto de os bacilos se alastrarem pelos pulmões, mas essencialmente porque o sistema imunitário, previamente sensibilizado, reage de forma muito mais activa, gerando uma inflamação mais intensa, extensa e prolongada.

Os sintomas costumam manifestar-se gradualmente ao longo de semanas e meses. Os mais comuns são tosse, com expectoração por vezes sanguinolenta, dor torácica, febre moderada (normalmente acompanhada de arrepios, sobretudo durante a noite), dor de cabeça, perda de apetite e uma evidente perda de peso corporal.

Caso não se inicie o tratamento, o processo infeccioso e a reacção inflamatória agravam-se, provocando uma progressiva destruição do tecido pulmonar. Por isso, nas fases mais avançadas da doença, as quais actualmente não se costuma chegar graças a instauração do tratamento antibiótico específico, podem-se produzir cavitações características no tecido pulmonar, conhecidas como cavernas tuberculosas. Estas constituem focos infecciosos a partir dos quais os microorganismos se podem disseminar facilmente aos tecidos adjacentes e, através do sangue, a órgãos mais ou menos afastados. A tuberculose pulmonar pode comprometer extensas áreas dos pulmões, originar hemorragias com expectoração hemoptísica e provocar uma grave insuficiência respiratória.

Tratamento

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O tratamento de base consiste na administração de vários tipos de antibióticos activos contra o bacilo de Koch (três ou quatro, conforme os casos), os quais devem ser administrados simultaneamente, no mínimo, durante seis a nove meses.

As lesões causadas podem curar-se progressivamente através de antibioterapia específica, de tal forma que se considera que, ao fim de duas ou três semanas de tratamento, o bacilo já não se encontra activo e a probabilidade de contágio já é bastante reduzida.

De qualquer forma, para se alcançar a cura definitiva do paciente, torna-se indispensável cumprir rigorosamente o tratamento antibiótico até ao final; caso contrário, se o tratamento indicado não for cumprido de forma rigorosa, pode-se produzir uma reactivação do processo, o que irá provocar uma maior resistência dos bacilos aos medicamentos e um substancial agravamento das lesões.

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